Conteúdo
- Introdução
- O que são a alocação e a diversificação de ativos?
- Teoria Moderna de Portfólio
- Tipos de classes de ativos e estratégias de alocação
- Aplicando alocação e diversificação de ativos a um portfólio
- Diversificação em um portfólio de criptomoedas
- Problemas com alocação de ativos
- Considerações finais
Introdução
Quando se trata de dinheiro, sempre existem fatores de risco. Qualquer investimento pode acarretar em perdas. Mesmo uma posição de simples armazenamento de dinheiro em espécie, terá seu valor lentamente afetado pela inflação. Embora os riscos não possam ser completamente eliminados, eles podem ser ajustados de acordo com os objetivos particulares de investimento de cada um.
A alocação e a diversificação de ativos são conceitos que desempenham um papel fundamental na determinação desses parâmetros de risco. Mesmo se você é um iniciante na área de investimentos, provavelmente conhece os princípios por trás deles, que existem há milhares de anos.
Este artigo fornece uma visão geral sobre esses princípios e como eles se relacionam com as estratégias modernas de gerenciamento de dinheiro.
O que são a alocação e a diversificação de ativos?
Os termos alocação e diversificação de ativos são frequentemente usados de forma intercambiável. No entanto, eles podem se referir a aspectos ligeiramente diferentes do gerenciamento de riscos.
A alocação de ativos pode ser usada para descrever uma estratégia de gerenciamento de dinheiro relacionada a como o capital deve ser distribuído entre as diferentes classes de ativos, em um portfólio de investimentos. A diversificação, por outro lado, pode descrever a alocação de capital dentro dessas classes de ativos.
A ideia principal das estratégias de alocação e diversificação de ativos se resume em não depositar todas as suas fichas em uma única aposta. Combinar ativos e classes de ativos que não estão correlacionados é a maneira mais eficaz de se construir um portfólio equilibrado.
O que torna essas duas estratégias poderosas, quando usadas em conjunto, é que o risco não é distribuído apenas entre diferentes classes de ativos, mas também dentro de cada uma dessas classes.
Alguns especialistas até acreditam que determinar a estratégia de alocação de ativos pode ser até mais importante do que a escolha de investimentos específicos.
Teoria Moderna de Portfólio
A Teoria Moderna de Portfólio (Modern Portfolio Theory, MPT) é uma estrutura que formaliza esses princípios por meio de um modelo matemático. Foi introduzida em um artigo publicado por Harry Markowitz em 1952, que mais tarde recebeu o Prêmio Nobel de Economia por esse trabalho.
Resumidamente, a MPT considera que combinar ativos não correlacionados em um portfólio é a técnica mais eficiente possível.
Tipos de classes de ativos e estratégias de alocação
Dentro de uma estrutura típica de alocação de ativos, as classes de ativos podem ser categorizadas da seguinte maneira:
- Ativos tradicionais — ações, títulos e dinheiro em espécie.
- Ativos alternativos — imóveis, commodities, derivativos, seguros, private equity (ativo privado) e claro, criptoativos.
Existem dois tipos principais de estratégias de alocação de ativos, ambos usando as premissas descritas na teoria MPT: Alocação Estratégica de Ativos e Alocação Tática de ativos.
A Alocação Estratégica de Ativos é considerada uma abordagem tradicional mais adequada a um estilo de investimento passivo. Portfólios baseados nessa estratégia tendem a ser reajustados apenas se as alocações desejadas mudarem com base em uma alteração do horizonte temporal ou perfil de risco do investidor.
A Alocação Tática de Ativos é mais adequada para estilos mais ativos de investimento. Ela permite que os investidores concentrem seu portfólio em ativos que estão com melhores resultados em relação ao mercado. Supõe-se que, se um determinado setor está superando o desempenho do mercado, é provável que ele continue a boa performance por um longo período de tempo. Por ter a mesma base dos princípios descritos na MPT, esse tipo de alocação também permite um certo grau de diversificação.
Vale ressaltar que os ativos não precisam ser completamente alheios (no sentido de não correlacionados) ou inversamente correlacionados para que a diversificação tenha um efeito benéfico. É necessário apenas que eles não sejam completamente correlacionados.
Aplicando alocação e diversificação de ativos a um portfólio
Vamos considerar esses princípios através de um exemplo de portfólio. Uma estratégia de alocação de ativos pode determinar que o portfólio deve ter as seguintes alocações entre diferentes classes de ativos:
- 40% investido em ações
- 30% em títulos
- 20% em criptoativos
- 10% em dinheiro
Uma estratégia de diversificação pode estabelecer que entre os 20% investidos em criptoativos:
- 70% devem estar alocados em Bitcoin
- 15% em large-caps (empresas de grande porte)
- 10% em mid-caps
- 5% em small-caps
Uma vez estabelecidas as alocações, o desempenho do portfólio pode ser monitorado e revisado regularmente. Se as alocações mudarem, talvez seja hora de fazer um reajuste — ou seja, comprar e vender ativos para regular o portfólio de volta às proporções desejadas. Isso geralmente envolve a venda de ativos com melhores desempenhos e a compra de ativos com desempenho piores. É claro que a seleção de ativos depende completamente da estratégia e dos objetivos individuais de investimento.
A classe dos criptoativos estão entre as que apresentam maior risco. O portfólio do exemplo pode ser considerado muito arriscado, pois possui uma parcela considerável alocada aos criptoativos. Um investidor mais cauteloso pode querer alocar valores do portfólio para títulos, por exemplo – uma classe de ativos que apresenta bem menos riscos.
Diversificação em um portfólio de criptomoedas
Entretanto, podemos supor que, uma vez que o mercado amadureça, uma abordagem mais sistemática à diversificação se torne viável para portfólios de criptoativos. O mercado, sem dúvida, ainda tem um longo caminho a percorrer para chegar a esse ponto.
Problemas com alocação de ativos
Embora seja uma técnica inegavelmente poderosa, algumas estratégias de alocação de ativos podem não ser adequadas para determinados investidores e portfólios.
A elaboração de um plano de ação pode ser relativamente simples, mas a chave para uma boa estratégia de alocação de ativos é a sua implementação. Se o investidor for incapaz de deixar de lado seus pensamentos enviesados, a eficácia do portfólio poderá ser prejudicada.
Outro potencial problema vem da dificuldade de estimar a tolerância ao risco de um investidor. Quando os resultados começam a aparecer, o investidor pode se dar conta de que, na realidade, ele deseja correr menos (ou até mais) riscos.
Considerações finais
Alocação e diversificação de ativos são conceitos fundamentais de gerenciamento de riscos que existem há milhares de anos. Também são alguns dos principais conceitos por trás das estratégias modernas de gerenciamento de portfólio.
O principal objetivo de elaborar uma estratégia de alocação de ativos é maximizar os retornos e minimizar os riscos. A distribuição de riscos entre as classes de ativos pode aumentar a eficiência do portfólio.
Como os mercados estão altamente correlacionados com a Bitcoin, as estratégias de alocação de ativos devem sempre ser aplicadas com cautela.