TL;DR
- Crédito – dinheiro que você recebe e deve reembolsar posteriormente – alimenta a economia.
- Mais crédito significa mais gastos. Mais gastos significam mais renda, que significa mais crédito disponível dos credores.
- O crédito também gera dívidas: o dinheiro emprestado deve ser pago de volta, portanto, o valor de gastos deve diminuir posteriormente.
- Os governos aumentam e diminuem as taxas de juros para manter a economia sob controle.
Introdução
A economia faz o mundo girar. Ela afeta profundamente cada um de nós em nossas vidas diárias, então certamente é algo que vale a pena entender, até mesmo detalhes mais complexos.
As definições de “economia” variam, mas, em termos gerais, uma economia pode ser descrita como uma área onde bens são produzidos, consumidos e negociados. Normalmente vemos discussões sobre economia nacional. Artigos e repórteres costumam usar as economias dos EUA e da China como referência. No entanto, também podemos observar a atividade econômica através de uma perspectiva global, levando em consideração as atividades de cada país.
O que compõe a economia?
Vamos começar usando uma escala menor. Depois, ampliaremos nossa perspectiva. Todos os dias, contribuímos para a economia comprando e vendendo (seja na compra de mantimentos ou oferecendo trabalho em troca de pagamento). Outros indivíduos, grupos, governos e empresas em todo o mundo fazem o mesmo em três setores de mercado.
Medindo a atividade econômica
Em termos gerais, um PIB em alta significa um aumento na produção, na renda e nos gastos. Por outro lado, uma queda do PIB indica produção, renda e gastos decrescentes. Observe que existem algumas variações que podemos usar: o PIB real considera a inflação, enquanto o PIB nominal não.
O PIB é apenas uma aproximação, mas tem um peso enorme nas análises em nível nacional e internacional. É usado por todos, desde pequenos participantes do mercado financeiro até o Fundo Monetário Internacional, para obter informações sobre a economia dos países.
Crédito, débito e taxas de juros
Credores e mutuários
Mencionamos que tudo se resume a compra e venda. Vale notar que os empréstimos também são essenciais. Suponha que você tem, atualmente, uma grande quantia em dinheiro que não está sendo utilizada. Você pode usar esse dinheiro para gerar mais dinheiro.
Se o acordo foi feito com juros simples, a contraparte lhe deve $1.000 todos os meses até que o dinheiro seja totalmente devolvido. Caso o reembolso seja efetuado em três meses, você receberá $103.000, mais qualquer taxa adicional especificada no acordo.
Bancos e taxas de juros
Os bancos são provavelmente os tipos de credores mais notáveis no mundo atual. Podemos pensar neles como intermediários (ou corretores) entre credores e mutuários. Na realidade, essas instituições financeiras assumem o papel de ambos.
Quando você deposita dinheiro no banco, você faz isso com a condição de que eles devolvam seu dinheiro posteriormente. Muitos outros fazem o mesmo. Então, como o banco tem uma grande quantidade de dinheiro em mãos agora, ele o empresta aos clientes que solicitam empréstimos.
Por que o crédito é importante?
O crédito pode ser visto como uma espécie de lubrificante da economia. Ele permite que indivíduos, empresas e governos utilizem um montante que não estaria disponível naquele momento. Para alguns economistas isso é problemático, mas, muitos acreditam que o aumento dos gastos indica uma economia próspera.
Se mais dinheiro está sendo gasto, mais pessoas recebem renda. Os bancos estão mais inclinados a conceder empréstimos para quem tem renda mais alta. Ou seja, indivíduos com mais renda têm acesso a mais dinheiro e crédito. Com mais dinheiro e crédito, eles podem gastar mais, o que significa que mais pessoas recebem renda. E o ciclo continua.
Mais renda → mais crédito → mais gastos → mais renda.
Claro, este ciclo não continua indefinidamente. Ao pedir um empréstimo de $100.000 hoje, você se priva de $100.000+ amanhã. Sendo assim, embora você possa aumentar temporariamente seus gastos, eventualmente terá que diminui-los para pagar a dívida.
Em vermelho, temos a produtividade, que cresce com o tempo. Em verde, a quantia relativa de crédito disponível.
Então, o que estamos observamos exatamente? Primeiro, vemos que a produtividade está aumentando constantemente. Sem crédito, espera-se que a produtividade seja a única fonte de crescimento – afinal, é preciso produzir para gerar renda.
Discutiremos mais detalhes sobre esse assunto na próxima seção.
Bancos centrais, inflação e deflação
Inflação
Suponha que todos tenham acesso a muito crédito (parte um do gráfico da seção anterior). Todos têm um poder de compra muito maior graças ao crédito oferecido. Mas, embora os gastos estejam crescendo vertiginosamente, a produção não. Ou seja, o fornecimento de bens e serviços não aumenta materialmente, mas a demanda sim.
Como funciona um banco central?
Os bancos centrais podem aumentar as taxas de juros quando a inflação sair do controle. Quando as taxas de juros sobem, as dívidas aumentam, portanto os empréstimos deixam de ser uma opção atraente. Os devedores devem pagar as suas dívidas, então, a expectativa é que os gastos diminuam.
Deflação
Assim como a inflação, a deflação pode ser medida através do Índice de Preços ao Consumidor.
O que acontece quando a bolha econômica estoura?
Ciclo da dívida de longo prazo.
Quando ocorre a desalavancagem, as rendas e o valor de crédito disponível começam a cair. Com dificuldade para pagar suas dívidas, as pessoas tentam vender seus bens e ativos. Mas com tantas pessoas fazendo a mesma coisa, os preços dos ativos despencam, devido à abundância de oferta.
Então, o que pode ser feito? A maneira mais óbvia seria diminuir os gastos e perdoar as dívidas. No entanto, isso traz outros problemas: gastos reduzidos significam empresas menos lucrativas, o que implica uma renda diminuta dos funcionários. Muitos setores precisarão reduzir seu número de funcionários, elevando as taxas de desemprego.
Quando comparado com os ciclos de curto prazo, o ciclo da dívida de longo prazo se desenrola em um período muito mais longo, que se acredita ocorrer a cada 50 a 75 anos.
Como tudo isso se encaixa?
Abordamos diversos tópicos. Em última análise, o modelo de Dalio gira em torno da disponibilidade de crédito – com mais crédito, a economia expande. Com menos crédito, ela retrai. Esses eventos se alternam, gerando ciclos da dívida de curto prazo, que, por sua vez, fazem parte dos ciclos da dívida de longo prazo.
As taxas de juros influenciam muito o comportamento de todos os participantes da economia. Quando as taxas são altas, economizar faz mais sentido, pois os gastos não são tão prioritários. Quando elas diminuem, os gastos parecem ser a decisão mais racional.
Considerações finais
O funcionamento da economia é muito vasto e complexo, então, pode ser difícil entender seus diversos componentes. No entanto, podemos ver os mesmos padrões se repetindo continuamente, à medida que ocorrem transações entre os participantes de uma economia.
Com este artigo, você deve ter uma melhor compreensão sobre a relação entre credores e mutuários, a importância do crédito e do débito e as medidas que os bancos centrais tomam para tentar mitigar desastres econômicos.