Conteúdo
- O que é criptoeconomia?
- Quais problemas a criptoeconomia soluciona?
- O papel da criptoeconomia na mineração de Bitcoin
- Como a criptoeconomia melhora a segurança da Bitcoin?
- O ciclo da criptoeconomia
- Considerações finais
O que é criptoeconomia?
Em termos simples, a criptoeconomia fornece uma maneira de coordenar o comportamento dos participantes da rede, combinando a criptografia com a economia.
Mais especificamente, a criptoeconomia é uma área da ciência da computação que tenta solucionar problemas de coordenação em ecossistemas digitais através de incentivos da criptografia e da economia.
Em vez de ser um subconjunto da economia tradicional, a criptoeconomia é uma mistura de teoria dos jogos, design de mecanismos, matemática e outras metodologias do campo da economia. O objetivo principal é entender como financiar, projetar, desenvolver e facilitar as operações de redes descentralizadas.
Este artigo irá abordar as origens da criptoeconomia e seu papel no desenvolvimento da Bitcoin e de outras redes descentralizadas.
Quais problemas a criptoeconomia soluciona?
Essa sinergia de protocolos criptográficos com incentivos econômicos permite um ecossistema inteiramente novo de redes descentralizadas que são resilientes e seguras.
O papel da criptoeconomia na mineração de Bitcoin
O objetivo da Bitcoin é criar uma rede de transferência de valores que verifique com precisão as transferências realizadas e que seja imutável e resistente à censura.
O processo de mineração envolve a solução de um difícil problema matemático baseado em um algoritmo de hash criptográfico. Nesse contexto, os hashes são usados para vincular cada bloco ao próximo bloco, criando um conjunto de registros com data e hora das transações aprovadas, chamado de blockchain.
Essas regras tecnológicas relacionadas à mineração estão alinhadas com os requisitos de segurança da rede Bitcoin, incluindo a prevenção de agentes mal-intencionados.
Como a criptoeconomia melhora a segurança da Bitcoin?
A criptoeconomia é uma das razões pelas quais a Bitcoin foi bem-sucedida. Satoshi Nakamoto implementou premissas para proporcionar certos incentivos para as diferentes classes de participantes da rede. As garantias de segurança do sistema dependem muito da eficácia dessas suposições sobre como os participantes da rede reagem a certos incentivos econômicos.
Com base em suposições da criptoeconomia, a relação simbiótica entre os mineradores e a rede Bitcoin fornece confiança. No entanto, isso não garante que o sistema irá persistir no futuro.
O ciclo da criptoeconomia
O ciclo da criptoeconomia é um modelo holístico de criptoeconomia. Foi publicado por Joel Monegro e ilustra fluxos abstratos de valor através de diferentes classes de participantes em uma economia peer-to-peer.
O modelo representa um mercado de três lados que inclui mineradores (lado da oferta), usuários (lado da demanda) e investidores (lado do capital). Cada grupo troca valores entre si usando um recurso criptoeconômico escasso (um token).
Na relação minerador-usuário no ciclo, os mineradores são compensados por seu trabalho através de tokens usados pelos usuários. O protocolo de consenso da rede padroniza esse processo, enquanto o modelo criptoeconômico controla quando e como os mineradores são pagos.
É necessário criar uma arquitetura de rede que seja sustentada pelo lado da oferta distribuída (mineradores), desde que os benefícios superem as desvantagens. Os benefícios geralmente incluem resistência à censura, transações sem fronteiras e maior confiabilidade. Porém, sistemas descentralizados tendem a ter desempenho inferior quando comparados aos modelos centralizados.
Os traders criam liquidez para o token, para que os mineradores possam vender seus tokens minerados e cobrir os custos operacionais, enquanto os "holders" (detentores) capitalizam a rede para crescimento, dando suporte aos preços dos tokens. A relação minerador-trader trabalha com um fluxo direto de valores, enquanto a relação minerador-holder trabalha com um fluxo indireto de valores.
De forma simplificada, isso significa que todos os participantes dessa economia dependem um do outro para alcançar seus objetivos econômicos. Essa estrutura cria uma rede robusta e segura. Estar em conformidade com o conjunto de regras do sistema, é mais benéfico para a participação do indivíduo do que a prática de atividades maliciosas - o que, por sua vez, torna a rede mais resiliente.
Considerações finais
Embora seja um conceito relativamente novo que tenha surgido com o nascimento da Bitcoin, a criptoeconomia é um elemento essencial a ser considerado no desenvolvimento de redes descentralizadas.
Isolar as diferentes funções nos modelos criptoeconômicos ajuda a analisar custos, incentivos e fluxos de valor para cada grupo de participantes. Isso também pode ajudar a refletir sobre o poder relativo e identificar potenciais pontos de centralização, o que é importante para projetar modelos mais equilibrados de gerenciamento e distribuição de tokens.
O campo da criptoeconomia e o uso de modelos criptoeconômicos podem ser altamente benéficos no desenvolvimento de redes futuras. Ao estudar modelos criptoeconômicos que já foram experimentados e testados, redes futuras podem ser projetadas para serem ainda mais eficientes e sustentáveis, resultando em um ecossistema mais robusto de economias descentralizadas.