O que são Contratos de Opções?
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O que são Contratos de Opções?

O que são Contratos de Opções?

Avançado
Publicado em Jun 3, 2019Atualizado em Dec 16, 2022
9m

O Que são Contratos de Opções?

Um contrato de opções é um contrato que dá ao trader o direito de comprar ou vender um ativo por um preço predeterminado em uma data definida ou antes dessa data. Embora possa parecer semelhante aos contratos futuros, os traders que compram contratos de opções não são obrigados a honrar suas posições.
Os contratos de opções são derivativos que podem ser baseados em uma ampla gama de ativos, incluindo ações e criptomoedas. Esses contratos também podem estar relacionados a índices financeiros. Muitos traders e investidores usam esses tipos de contrato para diminuir riscos.


Como funcionam os contratos de opções?

Existem dois tipos básicos de opções, conhecidas como Puts e Calls. As opções de Call dão aos proprietários do contrato o direito de comprar o respectivo ativo, enquanto as opções de Put conferem o direito de venda. Desse modo, os traders geralmente optam por Calls na expectativa de que o preço do ativo aumente e optam por Puts quando esperam que o preço diminua. Traders também podem usar Calls e Puts na expectativa de que os preços permaneçam estáveis - ou até mesmo uma combinação dos dois tipos - apostando a favor ou contra a volatilidade do mercado.

Um contrato de opções consiste de pelo menos quatro componentes: tamanho, data de vencimento, preço de exercício (Strike Price) e custo do contrato (Premium). O tamanho da ordem refere-se ao número de contratos a serem negociados. A data de vencimento é a data após a qual um trader não pode mais exercer a opção. O Strike Price é o preço pelo qual o ativo será comprado ou vendido (caso o comprador do contrato decida exercer essa opção). O Premium é o preço de negociação do contrato de opções. Ele indica o valor que um investidor deve pagar para obter o poder de escolha. Assim, os compradores adquirem contratos de vendedores (writers) de acordo com o valor do Premium, que muda à medida que a data de vencimento se aproxima.

Basicamente, se o Strike Price for menor do que o preço de mercado, o trader pode comprar o ativo subjacente com desconto e após incluir o valor do Premium na equação, ele pode optar por exercer o contrato para obter lucro. Entretanto, se o Strike Price for maior que o preço de mercado, o comprador não tem motivos para exercer a opção e o contrato é considerado inútil. Quando o contrato não é exercido, o comprador perde apenas o Premium pago ao entrar na posição.

É importante notar que, embora os compradores possam escolher entre exercer ou não suas Calls e Puts, os vendedores dependem da decisão dos compradores. Portanto, se um comprador de uma Call decide exercer seu contrato, o vendedor é obrigado a vender o respectivo ativo. Da mesma forma, se um trader compra um contrato de opção Put e decide exercê-lo, o vendedor é obrigado a comprar o ativo. Isso significa que os vendedores estão expostos a riscos maiores que os compradores. Enquanto os compradores têm suas perdas limitadas ao valor do Premium pago pelo contrato, os escritores podem perder muito mais dependendo do preço de mercado.

Alguns contratos dão aos traders o direito de exercer sua opção a qualquer momento antes da data de vencimento. Esses tipos de contrato são conhecidos como contratos de opções Americanos. Por outro lado, os contratos de opções Europeus só podem ser exercidos na data de vencimento. Vale notar, no entanto, que essas denominações não têm nada a ver com a sua localização geográfica.


Premium

O valor do Premium depende de múltiplos fatores. Para simplificar, podemos considerar que o Premium de uma opção depende de pelo menos quatro elementos: do preço do ativo, do Strike Price, do tempo restante até a data de vencimento e da volatilidade do mercado (ou índice). Esses quatro componentes apresentam diferentes efeitos sobre o valor do Premium das opções de compra e venda, conforme ilustrado na tabela a seguir.



Premium - Calls

Premium - Puts

Preço do ativo em alta

Aumenta

Diminui

Maior Strike Price

Diminui

Aumenta

Menos tempo

Diminui

Diminui

Volatilidade

Aumenta

Aumenta


Naturalmente, o preço do ativo e o Strike Price influenciam o Premium das Calls e Puts de forma oposta. Menos tempo geralmente implica em menores preços de Premium para os dois tipos de opções. O principal motivo disto é que, com menos tempo, existe uma menor probabilidade de que os contratos se tornem favoráveis aos traders. Em contrapartida, o aumento dos níveis de volatilidade geralmente faz com que os preços de Premium subam. Ou seja, o Premium do contrato de opção é um resultado desses e de outros fatores combinados.


Options Greeks

Conhecidas também como “Gregas” em português, as Options Greeks são letras do alfabeto grego que são usadas no mercado de opções como instrumentos de análise dos múltiplos fatores que afetam o preço de um contrato. Tecnicamente, as Greeks são valores estatísticos que medem os riscos de um contrato com base em diferentes variáveis. A seguir, algumas das principais Greeks e uma breve descrição do que elas representam:

  • Delta: mede quanto o preço de um contrato de opções mudará em relação ao preço do ativo subjacente. Por exemplo, um Delta de 0,6 sugere que o preço do Premium provavelmente movimentará US $ 0,60 para cada movimento de US $ 1 no preço do ativo.

  • Gamma: mede a taxa de mudança do Delta ao longo do tempo. Portanto, se o Delta mudar de 0,6 para 0,45, o Gama seria 0,15.

  • Theta: mede a variação de preço em relação a uma redução de um dia no tempo do contrato. Ele sugere quanto o Premium deve mudar à medida que o contrato de opções se aproxima da data de vencimento.

  • Vega: mede a taxa de mudança de preço do contrato em relação à uma mudança de 1% na volatilidade implícita do ativo subjacente. Um aumento no Vega normalmente reflete um aumento no preço de Calls e Puts.

  • Rho: mede a variação de preços esperada em relação às flutuações nas taxas de juros. Taxas de juros maiores geralmente causam um aumento nas Calls e uma diminuição nas Puts. Assim, o valor de Rho é positivo para Calls e negativo para Puts.


Casos de uso comuns

Hedging

Contratos de opções são amplamente utilizados como instrumentos de Hedging (cobertura contra riscos de grandes variações de preço). Um exemplo básico de estratégia de hedging é quando traders compram opções Put de ações que já possuem. Se o valor dos seus investimentos cair muito, o exercício da opção Put pode ajudá-lo a atenuar as perdas.

Por exemplo, imagine que Alice comprou um lote de 100 ações por $50, esperando que o preço de mercado aumentasse. No entanto, para se proteger contra a possibilidade de queda dos preços das ações, ela decidiu comprar opções Put com um Strike Price de $48, pagando um Premium de $2 por ação. Se a ação cair para $35, Alice poderá exercer seu contrato para reduzir as perdas, vendendo cada ação por $48 ao invés de $35. Mas se o mercado operar em alta, ela não precisará exercer o contrato e só perderá o Premium pago ($2 por ação).

Nesse cenário, Alice teria um ponto de “Break even” nos $52 ($50 + $2 por ação), ou seja, não teria nem lucro nem prejuízo. Por outro lado, suas perdas estariam limitadas a -$400 ($200 pago pelo Premium e mais $200 de prejuízo se ela vender as ações por $48).


Trading especulativo

As opções também podem ser usadas para trading especulativo. Por exemplo, um trader que acredita que o preço de um ativo está prestes a subir, pode comprar uma opção Call. Se o preço do ativo subir acima do Strike Price, o trader pode então exercer a opção e comprar o ativo com desconto. Quando o preço de um ativo está acima ou abaixo do Strike Price de uma maneira que torna o contrato lucrativo, a opção é considerada "in-the-Money” (“dentro do dinheiro”). Da mesma forma, um contrato é considerado "at the money" (“no dinheiro”) se estiver em seu ponto de equilíbrio e "out-of-the-money" (“fora do dinheiro”) se estiver em uma situação de prejuízo.


Estratégias básicas

Ao realizar trading de opções, os traders podem empregar uma ampla gama de estratégias, que são baseadas em quatro posições básicas. Um comprador pode comprar uma opção Call (direito de compra) ou opção Put (direito de venda). Um vendedor pode vender contratos de opções Call ou Put. Como mencionado, os vendedores são obrigados a comprar ou vender os ativos se o titular do contrato decidir exercê-lo.

As diferentes estratégias de trading de opções são baseadas nas várias combinações possíveis de contratos de Call e Put. Protective puts, covered calls, straddle, e strangle são alguns exemplos básicos dessas estratégias.

  • Protective put: é a compra de um contrato de opção Put de um ativo que já é de propriedade do trader. Essa é a estratégia de hedging usada por Alice no exemplo anterior. É conhecido também como seguro de carteira, pois protege o investidor de uma possível tendência de baixa, ao mesmo tempo em que mantém sua possibilidade de lucro caso o preço do ativo aumente.

  • Covered call: é a venda de uma opção Call de um ativo que já é de propriedade do trader. Essa estratégia é utilizada por investidores que buscam gerar um lucro adicional de seus investimentos (na forma de Premium). Se o contrato não for exercido, eles recebem o valor do Premium e mantêm seus ativos. No entanto, se o contrato é exercido devido a um aumento no preço de mercado, eles são obrigados a vender suas posições.

  • Straddle: envolve a compra das opções Call e Put de um mesmo ativo com Strike Price e data de vencimento idênticos. Isso permite que o trader lucre contanto que o ativo tenha movimentações de mercado suficientes em qualquer direção. Simplificando, o trader está apostando na volatilidade do mercado.
  • Strangle: envolve a compra de ambas as opções Call e Put quando estão ”out-of-the-Money” (ou seja, Strike Price acima do preço de mercado para opção Call e abaixo para opção Put). Basicamente, o conceito de Strangle é como o Straddle, mas com custos mais baixos para estabelecer uma posição. No entanto, o Strangle exige um nível maior de volatilidade para ser rentável.


Vantagens

  • Adequado para estratégias de proteção contra riscos de mercado.

  • Mais flexibilidade para trading especulativo.

  • Permite diversas combinações de estratégias de trading, com padrões únicos de risco/recompensa.

  • Potencial de lucro em todas as tendências de mercado (bull, bear e side-way).

  • Pode ser usado para reduzir custos ao entrar em posições.

  • Permite que múltiplas trades sejam realizadas simultaneamente.


Desvantagens

  • Os mecanismos de funcionamento e os cálculos dos valores de Premium são complexos.

  • Muitos riscos envolvidos, principalmente para os vendedores (writers).

  • Estratégias de trading mais complexas quando comparadas às alternativas convencionais.

  • Os mercados de opções são frequentemente afetados por baixos níveis de liquidez, tornando-os menos atrativos para a maioria dos traders.

  • O valor do Premium é altamente volátil e tende a cair conforme a data de vencimento se aproxima.


Contratos de opções vs. contratos futuros

Tanto os contratos de opções quanto os contratos futuros são instrumentos derivativos e, por isso, apresentam casos de uso em comum. Mas, apesar de suas semelhanças, há uma grande diferença entre os dois no que diz respeito ao mecanismo de liquidação.

Ao contrário dos contratos de opções, os contratos futuros são sempre executados na data de vencimento. Ou seja, os titulares do contrato são legalmente obrigados a negociar o ativo (ou o respectivo valor em dinheiro). Por outro lado, o contrato de opções é exercido a critério do trader que detém o contrato. Se o titular do contrato (comprador) decidir exercer a opção, o vendedor do contrato (writer) é obrigado a negociar o respectivo ativo.


Considerações finais

Como o nome sugere, o contrato de opções dá ao investidor o poder de escolha para comprar ou vender um ativo no futuro, independente do preço do mercado. Esse tipo de contrato é muito versátil e pode ser usado em diversos cenários - não apenas no trading especulativo como também na execução de estratégias de hedging. 

No entanto, vale notar que operações com contratos de opções, bem como outros derivativos, envolvem muitos riscos. Sendo assim, antes de optar por utilizar esse tipo de contrato, o trader deve ter um bom entendimento sobre seu funcionamento. Também é importante ter conhecimento sobre as diferentes combinações de Calls e Puts e os potenciais riscos envolvidos em cada estratégia. Deve-se considerar também, o uso de estratégias de gerenciamento de risco, juntamente com as análises técnicafundamental para reduzir suas potenciais perdas.
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