Pontos-chave
A Tron é uma blockchain de Layer-1 compatível com a EVM que usa a Tron Virtual Machine (TVM) para executar contratos inteligentes e aplicativos descentralizados (dApps).
A rede usa o mecanismo de consenso Delegated Proof of Stake (DPoS) para permitir transações rápidas e de baixo custo.
TRX, o token nativo da rede, oferece suporte a transações, contratos inteligentes, governança e atividades de finanças descentralizadas (DeFi) em todo o ecossistema da Tron.
O que é Tron?
A Tron é uma blockchain de Layer-1 compatível com a EVM que usa a Tron Virtual Machine (TVM) para executar contratos inteligentes e aplicativos descentralizados (dApps). A Tron foi lançada inicialmente como uma rede descentralizada para compartilhamento de conteúdo. Com o tempo, ele se transformou em um ecossistema mais amplo que inclui finanças descentralizadas (DeFi) e stablecoins. O token nativo da rede, TRX, é usado para pagar taxas de transação, executar contratos inteligentes e participação na governança da rede.
Histórico
A Tron foi fundada por Justin Sun, um empresário chinês que trabalhou anteriormente com a Ripple. Em 2017, a Tron Foundation foi criada em Singapura para orientar o desenvolvimento do projeto. O TRX foi lançado como um token ERC-20 na Ethereum durante a oferta inicial de moedas do projeto, em agosto de 2017. Em 2018, a Tron lançou sua própria mainnet e houve a migração dos tokens TRX para a nova blockchain.
Como funciona a Tron
Delegated Proof of Stake (DPoS)
A rede usa um mecanismo de consenso Delegated Proof ofStake (DPoS). Nesse modelo, os holders de TRX fazem staking de seus tokens para obter direitos de voto, que são então usados para eleger 27 representantes, chamados de Super Representatives (SR). Esses SRs são responsáveis por validar transações, produzir blocos e propor atualizações de governança. O processo segue um ciclo, com eleições periódicas que asseguram a responsabilidade. Em troca, tanto os SRs quanto os eleitores recebem recompensas em TRX como incentivo à participação.
Recursos do sistema
As transações da Tron são alimentadas por três recursos do sistema: Bandwidth (largura de banda), Energy (energia) e direitos de voto.
Bandwidth: mede o tamanho de uma transação em bytes.
Energy: mede o custo computacional necessário para executar contratos inteligentes na rede.
Direitos de voto: obtidos ao fazer staking de TRX, permitem a participação na governança por meio da eleição de SRs.
Se um usuário não tiver Bandwidth ou Energy suficientes, ele precisará queimar TRX para concluir uma transação. Esse modelo de alocação de recursos ajuda a regular o uso da rede e evita que contratos maliciosos consumam recursos em excesso.
Tron Virtual Machine (TVM)
A Tron oferece suporte a dApps por meio da Tron Virtual Machine, que é amplamente compatível com a Ethereum Virtual Machine (EVM). Essa compatibilidade permite que os desenvolvedores migrem contratos inteligentes em Solidity para a Tron com alterações mínimas, embora a recompilação ainda seja necessária.
Assim como a EVM, a TVM mantém o estado da blockchain, garantindo consistência em todos os nodes. A principal diferença está em seu modelo de recursos, em que a Energy substitui a taxa de gas da Ethereum como unidade de computação.
Casos de Uso
Stablecoins
A velocidade de transação e os baixos custos da Tron a estabeleceram como uma rede popular para atividades de stablecoins, especialmente o Tether (USDT). Em março de 2025, a rede introduziu um recurso que permite aos usuários pagar taxas de transferência em USDT em vez de TRX. Esse recurso é ativado por meio de uma carteira GasFree, que exige uma taxa de ativação única de 1 USDT. Depois disso, cada transferência incorre em uma taxa fixa de 1 USDT, paga diretamente em USDT.
Em agosto de 2025, a rede hospedava mais de 82,6 bilhões de dólares em fornecimento de USDT, distribuídos em 68 milhões de contas, com aproximadamente 2 milhões de transferências diárias. Essa escala fez da Tron uma plataforma central para transações globais de stablecoin e uma das principais redes para emissão e transferência de USDT.
Finanças Descentralizadas (DeFi)
A Tron surgiu como uma plataforma proeminente para aplicativos DeFi. Protocolos como o JustLend, um serviço de empréstimos, e o JustStable, uma plataforma de stablecoins, são desenvolvidos na rede. As baixas taxas de transação da Tron a tornam adequada para transferências de stablecoins e yield farming.
Tokens não fungíveis (NFTs) e jogos
A rede suporta a criação e trading de tokens não fungíveis (NFTs) usando padrões semelhantes ao ERC-721 da Ethereum. A Tron também oferece suporte para jogos baseados em blockchain e itens colecionáveis digitais.
Críticas e controvérsias
O modelo de governança da Tron, que se baseia em 27 validadores conhecidos como Super Representatives, levantou questionamentos sobre centralização quando comparado a redes com uma participação maior dos validadores. O projeto também enfrentou alegações iniciais de incorporar material da Ethereum e do InterPlanetary File System (IPFS) em seu whitepaper sem a devida atribuição.
O fundador da rede, Justin Sun, tem sido uma figura proeminente e às vezes polarizadora, conhecida por sua abordagem de marketing agressivo. Mesmo com essas críticas, a Tron mantém uma ampla base de usuários e continua registrando altos volumes de transações.
Token TRX
O token TRX é o token de utilidade nativo do ecossistema da Tron. Ele é usado nos protocolos e no ecossistema da Tron para diversas finalidades, incluindo:
Taxas de transação: o TRX é necessário para enviar pagamentos e interagir com contratos inteligentes.
Alocação de recursos: ao fazer staking de TRX, os usuários obtêm Bandwidth e Energy, que são consumidos por transações e operações de contratos inteligentes, eliminando a necessidade de pagamentos diretos de taxas.
Governança: os holders de TRX obtêm direitos de voto por meio de staking, permitindo que eles elejam Super Representatives (SRs) e participem dos processos de tomada de decisão.
Utilidade do ecossistema: é possível usar o TRX como garantia em protocolos DeFi, como meio de troca em marketplaces de NFTs e como um ativo de liquidação para transferências de stablecoins.
Fornecimento de tokens
O TRX opera em um modelo combinado de emissão e queima. Novos tokens são criados no nível do protocolo por meio de recompensas de bloco, com cada bloco atualmente fornecendo 8 TRX ao Super Representative produtor e 128 TRX distribuídos como recompensas de votação.
Ao mesmo tempo, o TRX é queimado quando os usuários pagam por recursos de rede, como Bandwidth e Energy. Esse mecanismo duplo equilibra a emissão inflacionária com a queima deflacionária, resultando em um modelo de fornecimento que se adapta dinamicamente à atividade da rede.
Considerações finais
A Tron se consolidou como uma importante rede para transferências de stablecoins, com taxas baixas e liquidação rápida, incentivando uma ampla adoção. Além de pagamentos, ela oferece suporte a aplicações nos setores DeFi, NFTs e jogos. Seu modelo de governança ainda é um tópico muito discutido, refletindo o equilíbrio que as blockchains precisam encontrar entre descentralização e eficiência em larga escala.
Leituras adicionais
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