Pontos-chave
As appchains são blockchains especializadas, projetadas para atender às necessidades de aplicações específicas.
As appchains melhoram a escalabilidade por meio da alocação de recursos específicos de aplicações e oferecendo mais flexibilidade através da arquitetura modular.
Alguns exemplos de appchains incluem as parachains da Polkadot, sub-redes da Avalanche e zones da Cosmos.
Introdução
As appchains surgiram como blockchains projetadas para atender às demandas de aplicações individuais. Neste artigo, vamos explorar o que são appchains, analisar alguns de seus benefícios, compará-las com blockchains de layer-1 e ver alguns exemplos.
O que são appchains?
As appchains são blockchains especializadas, projetadas para uma função específica. Ao contrário das blockchains de uso geral que oferecem uma variedade de aplicações, as appchains são focadas em aplicações individuais. Essa abordagem permite o processamento de transações, taxas, funcionalidades de contratos inteligentes e muitos outros fatores adaptados às necessidades de aplicações específicas.
Como funcionam as appchains?
As appchains funcionam com base nos princípios fundamentais da tecnologia blockchain, mas com ajustes que as tornam adequadas às necessidades de aplicações individuais. Cada appchain dedica seus recursos a uma tarefa específica, garantindo que eles não sejam gastos em aplicações não relacionadas.
As appchains podem implementar vários mecanismos de consenso, como o Proof of Work (PoW) ou Proof of Stake (PoS), que são mais adequados para aplicações individuais. Por exemplo, uma appchain para uma aplicação financeira pode usar um mecanismo de consenso diferente de uma appchain projetada para gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Além disso, os contratos inteligentes em appchains podem ser projetados especificamente para atender às demandas de aplicações individuais. Isso permite uma lógica de contrato mais complexa que pode aprimorar a funcionalidade e a eficiência das aplicações.
Normalmente, a arquitetura de appchains full-fledged é composta por cinco camadas (layers):
1. Layer de rede. Essa camada gerencia as funcionalidades de rede peer-to-peer. Ela permite que os nodes na blockchain estabeleçam uma comunicação, troquem dados e participem de processos de validação de transações.
2. Layer de aplicação. Essa camada hospeda aplicativos executados na blockchain. Ela oferece interfaces que os desenvolvedores podem utilizar para criar, implantar e supervisionar as operações de aplicativos descentralizados (DApps).
3. Layer de dados. A camada de dados organiza e armazena informações da blockchain. Isso inclui manter o estado da blockchain, registrar detalhes da transação e lidar com dados de contratos inteligentes.
4. Layer de consenso. Essa camada implementa o algoritmo de consenso da appchain. Ela pode incorporar vários algoritmos de consenso, como Proof of Work (PoW) ou Proof of Stake (PoS).
5. Layer de contrato inteligente. Essa camada facilita a automação, verificação e execução de contratos inteligentes.
Benefícios das appchains
Escalabilidade
As appchains alocam recursos para se concentrar em uma tarefa ou função específica. Essa especialização pode resultar em maior capacidade de transação e menor latência para aplicações individuais. Isso ajuda a enfrentar os desafios de escalabilidade das blockchains de uso geral.
Modularidade
As appchains são caracterizadas por sua arquitetura modular, distinguindo-as das blockchains de uso geral, que normalmente apresentam um design monolítico. A estrutura modular oferece aos desenvolvedores a flexibilidade de personalizar as funcionalidades da blockchain de acordo com as necessidades específicas de DApps individuais.
Interoperabilidade
As appchains são projetadas para suportar interoperabilidade, facilitando a comunicação entre diferentes DApps. Isso permite que os usuários de um aplicativo acessem facilmente as vantagens de outro.
Appchains vs. blockchains de layer-1
Arquitetura
A arquitetura das appchains é adaptável e pode ser alinhada com diferentes layers de blockchain, permitindo que elas sejam construídas em redes existentes ou operem de forma independente. Por outro lado, as blockchains de layer-1 apresentam uma estrutura uniforme com um conjunto de regras definidas que os participantes da rede devem seguir, limitando sua capacidade de adequação às necessidades específicas de DApps individuais.
Algoritmos de consenso
As appchains podem implementar mecanismos de consenso que são mais adequados para seu caso de uso específico, o que pode variar dependendo da camada (layer) subjacente sobre a qual são construídas ou se operam de forma autônoma. Por outro lado, as blockchains de layer-1 estão geralmente limitadas aos seus modelos de consenso inerentes, como PoW ou PoS, que podem não ser tão adaptáveis a aplicações específicas, mas fornecem um método estável e uniforme para obter consenso.
Escalabilidade
As appchains são projetadas para priorizar a escalabilidade no contexto de aplicações individuais, o que pode resultar em alta taxa de transferência de transações e baixa latência. Em contraste, as blockchains de layer-1 geralmente enfrentam problemas de escalabilidade ao lidar com uma ampla variedade de aplicações.
Appchains vs. sidechains
Embora tanto as appchains quanto as sidechains se comuniquem com a blockchain principal (main chain), as sidechains são projetadas para realizar uma variedade de tarefas. Portanto, ao contrário das appchains, as sidechains têm múltiplos propósitos e não são adaptadas a uma aplicação específica.
Exemplos de appchains
Parachains da Polkadot
As parachains da Polkadot são blockchains individuais que funcionam em paralelo no ecossistema da Polkadot. Elas estão conectadas à Relay Chain da Polkadot e se beneficiam de sua segurança. As parachains são iguais às appchains, pois podem ter sua própria economia de tokens (tokenomics), modelos de governança e funcionalidades, tornando-as adequadas às necessidades específicas de aplicações individuais.
Sub-redes da Avalanche
As sub-redes da Avalanche representam blockchains separadas criadas dentro da rede Avalanche. Elas permitem o desenvolvimento de blockchains de aplicação específica, sendo que cada sub-rede é suportada por um conjunto único de validadores que concordam com o estado de um conjunto de blockchains.
Zones da Cosmos
As zones da Cosmos funcionam como blockchains independentes vinculadas ao Cosmos Hub, atuando como o equivalente a appchains no ecossistema da Cosmos. Elas usam o protocolo Inter-Blockchain Communication (IBC) para transferir dados através da rede.
Considerações finais
As appchains são blockchains projetadas para atender às necessidades de aplicações específicas, proporcionando maior escalabilidade e flexibilidade em comparação às blockchains de uso geral. Elas são personalizáveis, permitindo que os desenvolvedores escolham os parâmetros específicos adequados para seus aplicativos. Sendo assim, as appchains ajudam a melhorar o desempenho e a eficiência de aplicações individuais, ao mesmo tempo em que reduzem a carga de blockchains de uso geral.
Leituras adicionais
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