TL;DR
Sidechains são blockchains independentes conectadas à blockchain principal por meio de uma ponte bidirecional (two-way bridge), permitindo a transferência de ativos entre elas.
Elas podem operar de forma autônoma com mecanismos de consenso e parâmetros de bloco exclusivos, permitindo o processamento eficiente de transações e a personalização para propósitos específicos.
As sidechains oferecem escalabilidade, flexibilidade e compatibilidade com EVM, mas apresentam limitações, incluindo desafios relacionados à descentralização e a necessidade de medidas de segurança robustas.
Introdução
No mundo da tecnologia blockchain, a crescente busca por escalabilidade e eficiência impulsionou o surgimento de soluções inovadoras. A sidechain é um desses conceitos.
A ideia inicial de uma sidechain surgiu em outubro de 2014 em um artigo intitulado “Enabling Blockchain Innovations with Pegged Sidechains”. O artigo foi publicado por Adam Back em colaboração com outros criptógrafos e desenvolvedores de Bitcoin, incluindo Matt Corallo, Luke Dashjr, Andrew Poelstra e Pieter Wuille.
Mas o que exatamente são sidechains e como elas contribuem para a evolução dos ecossistemas blockchain?
Definindo sidechains
Essencialmente, uma sidechain é uma blockchain paralela que opera de forma independente da blockchain principal (também conhecida como a main chain). Normalmente, esta ligação é estabelecida através de uma ponte bidirecional (two-way bridge) que permite a transferência contínua de ativos digitais ou tokens entre a blockchain principal e a sidechain.
Como funcionam as sidechains?
O diferencial das sidechains está em sua autonomia. Ao contrário da blockchain principal, as sidechains têm a flexibilidade de adotar algoritmos de consenso exclusivos e parâmetros de bloco adaptados aos seus propósitos específicos. Essa liberdade permite o processamento eficiente de transações, proporcionando benefícios como tempos de confirmação mais rápidos e taxas mais baixas.
Os algoritmos de consenso em sidechains podem variar, desde o Proof of Authority (PoA) até o Delegated Proof of Stake (DPoS). Os validadores dentro da rede sidechain desempenham um papel fundamental na verificação de transações, na produção de blocos e na garantia da segurança geral da blockchain.
Além disso, as sidechains geralmente se diferenciam da blockchain principal em termos de parâmetros de bloco. Embora a blockchain principal imponha limites aos tempos e tamanhos dos blocos, as sidechains podem ajustar esses parâmetros para aumentar a taxa de transferência. No entanto, isso traz limitações, pois parâmetros de bloco mais permissivos podem comprometer a descentralização ao depender de um número menor de nodes poderosos.
Compatibilidade EVM
Uma característica notável de algumas sidechains é a compatibilidade com a Ethereum Virtual Machine (EVM). Essa compatibilidade permite que as sidechains executem contratos inteligentes escritos em linguagens como Solidity, proporcionando um ambiente familiar para os desenvolvedores. Essencialmente, se uma sidechain for compatível com a EVM, ela pode executar facilmente aplicações descentralizadas (DApps) e contratos inteligentes desenvolvidos para a blockchain Ethereum.
Prós e contras das sidechains
Assim como qualquer inovação tecnológica, as sidechains apresentam um conjunto de vantagens e limitações. Vamos explorar alguns dos prós e contras das sidechains.
Prós
Escalabilidade: as sidechains fornecem uma solução de escalabilidade, aliviando parte do processamento de transações da blockchain principal, reduzindo o congestionamento e melhorando o desempenho.
Flexibilidade: a autonomia das sidechains permite a experimentação com diferentes mecanismos e parâmetros de consenso, impulsionando a inovação e a personalização.
Compatibilidade EVM: as sidechains compatíveis com EVM oferecem uma transição perfeita para os desenvolvedores, permitindo que eles implementem contratos inteligentes existentes na Ethereum na sidechain.
Contras
Descentralização: obter altas taxas de transferência em sidechains geralmente envolve sacrificar um certo grau de descentralização. Isso pode resultar em uma concentração de poder entre alguns nodes de validação, potencialmente impactando a segurança da blockchain.
Problemas de segurança: as sidechains são responsáveis por sua própria segurança. Embora um comprometimento na segurança de uma sidechain não afete diretamente a blockchain principal, essa independência pode introduzir mais riscos de segurança.
Complexidade: a implementação e a manutenção de sidechains demandam esforço e recursos significativos. A complexidade inicial da configuração e a manutenção contínua podem representar desafios para a adoção.
Exemplos de projetos de sidechain
Vários projetos adotaram o conceito de sidechains, cada um oferecendo recursos únicos e abordando necessidades específicas dentro do ecossistema blockchain. Alguns exemplos notáveis incluem:
1. Polygon: a Polygon usa uma combinação de sidechains para aprimorar a escalabilidade da Ethereum usando o framework Plasma. O projeto tem como objetivo fornecer transações rápidas e de baixo custo para aplicativos descentralizados (DApps).
2. SKALE: a SKALE utiliza sidechains elásticas para oferecer aos desenvolvedores uma plataforma para construir aplicativos descentralizados com alto desempenho e escalabilidade. O foco do projeto é fornecer um ambiente mais prático para desenvolvedores.
3. Gnosis: a Gnosis Chain utiliza a sidechain xDai para facilitar transações rápidas e estáveis. O projeto enfatiza a usabilidade e é frequentemente escolhido para aplicações que exigem transações rápidas e acessíveis.
4. Loom Network: a Loom Network é especializada na criação de jogos e aplicações sociais com escalabilidade na blockchain. O projeto usa o DPoS (Delegated Proof of Stake) como seu mecanismo de consenso para obter altas taxas de transferência.
Considerações finais
No cenário em constante evolução da tecnologia blockchain, as sidechains se destacam como uma solução promissora para os desafios relacionados à escalabilidade. Sua capacidade de operar de forma independente, juntamente com recursos como bridges e compatibilidade EVM, abre caminhos para diversas aplicações e casos de uso.
No entanto, usuários e desenvolvedores devem ter cautela, sempre considerando as limitações e fatores como a descentralização, a segurança e a complexidade de implementação. À medida que o setor blockchain continua amadurecendo, o papel das sidechains na formação de um ecossistema mais versátil e com mais escalabilidade provavelmente se tornará cada vez mais significativo.
Leituras adicionais
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